terça-feira, 22 de abril de 2008

QUATRO PAREDES


Sou infiel e não me arrependo!


Elas revelam que a infidelidade não é um mal masculino

Para quem achava que trair é coisa de homem, aqui vai uma bomba. Tem aquelas que assumem ser infiéis e não se arrependem! Para elas, o fato de ser mulher não está ligado ao papel de santa no relacionamento. Tem mais: algumas assumem que gostam de trair! “Nunca me arrependi”, conta a empresária Vitória Morales *, de 27 anos. “É o vício no friozinho na barriga, sabe? De coisas novas, de conquista. Se me interessar em alguém, eu fico.” “Em nenhum relacionamento em que se está bem o parceiro pensa em trair, a não ser em casos especiais de pessoas que querem se sentir viris, potentes, que agem por compulsão”, explica a terapeuta de casais e famílias e professora da PUC-SP, Magdalena Ramos. Ainda nesses casos, manter a vivacidade do relacionamento pode salvá-lo. “É importante ter um relacionamento alegre, interessante, não deixar ele se desgastar e ficar sem graça. A traição é uma conseqüência disso tudo.” Esta, aliás, é a justificativa mais comum para a traição, inclusive no caso da empresária Vitória. “Eu amava o cara, de verdade. Mas aí começou a rolar uma cobrança muito grande e eu acho que foi exatamente isso que me levou a traí-lo”, conta ela. Espere aí! Então, dá para separar amor de atração física. “Claro. Você fica com várias pessoas enquanto está solteira e isso não quer dizer que você ame todas elas”. E estando comprometida? “Se algo falta no relacionamento, você trai. O agravante foi ele não ficar feliz com algumas conquistas importantes minhas. Tinha ciúme até da minha sombra.” Diante da infelicidade, surge a questão: por que não terminar o namoro? “Eu ficava com ele por comodismo. Tínhamos amigos em comum e isso era bom para mim. Ele nunca descobriu nada.” Traição x relacionamento abertoTraição: ato de trair; falsidade; perfídia; deslealdade. A definição do dicionário pode ganhar novo uso diante da aplicação prática. “Eu não considero beijar um cara na balada quando você tem namorado traição, mas sim gostar de outra pessoa enquanto está com alguém”, diz Vitória. Para ela, seguindo esse conceito é possível levar um relacionamento aberto, sem cobranças. “Se eu tenho certeza que um cara gosta de mim, não ligo se ele se interessar sexualmente por outra menina. Eu ligo, sim, se ele desenvolver sentimentos por outra menina, mesmo que não fique com ela.” A empresária só vê um problema em pensar dessa forma – a maioria das pessoas não a leva a sério na hora de ter um relacionamento. Para assumir um namoro assim, é preciso suportar ser traída. “Meu ex-namorado foi infiel, mas não foi algo que me incomodou. Fiquei um pouco chateada, mas por medo de que ele começasse a gostar da pessoa. Se não tem sentimento, tudo bem.” Mais do que medo de compromisso, a infidelidade pode ser uma marca da personalidade. “Ninguém traz letreiro na testa”, explica a terapeuta corporal Maya Hantoner. Quem está habituado a trair não costuma atribuir a mesma importância a esse fato que as pessoas fiéis atribuem. O único jeito de saber se a pessoa é confiável ou não é convivendo. “Tem que conhecer a pessoa com atenção, interagir. Traição não tem como descobrir, pode desistir.” Ser a outra: o lado desagradável da traiçãoTrair, para quem gosta, é muito cômodo. Se envolver com alguém comprometido nem tanto. Existem algumas vantagens, como a falta de cobranças e de obrigações, mas existe o grande risco ao qual todos nós estamos expostos – o de se apaixonar. “Foi o que aconteceu comigo”, relata a nutricionista Joana Vieira *, de 30 anos. “Eu namorava, estava infeliz e acabei me entregando a um homem casado. A gente se via todos os dias e de ficadas ocasionais, o caso se prolongou e durou um ano.” Quando se deu conta, ela já estava envolvida. Nesses casos, quem se sujeita a essa situação deve estar consciente de que nem sempre quem busca uma relação extraconjugal quer outro compromisso. Muitas vezes, o caso serve para complementar a rotina afetiva e divertir. Aí, a solução é encarar da mesma forma ou pular fora. “Eu tentei cobrar algo mais, mas a pessoa foi direta e disse que não passaria dali. Só que eu me senti sufocada, não conseguia mais encarar meu namorado e terminei tudo. Até hoje ele não sabe de nada. E nem pretendo contar. Continuamos amigos, nos falamos sempre e não quero que isso mude.” Após os dois relacionamentos frustrados, Joana é categórica. “Não trairia novamente. Eu não suporto a situação. Melhor terminar e começar tudo de novo”.

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